27 de novembro de 2025

Pesquisa da Uniarp revela 99 casos de violência contra idosos em Caçador em 2025

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Os resultados revelam um número preocupante de ocorrências praticadas por pessoas próximas

A professora Dra. Hillevi Maribel Haymussi e a acadêmica Odete da Maia de Souza, por meio do Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP/Uniarp), concluíram um estudo sobre a violência contra idosos em Caçador. A pesquisa, realizada em 2025, utilizou dados fornecidos pelo Conselho Municipal da Pessoa Idosa (CMPI) e pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). O trabalho integra um projeto iniciado em 2018 que analisa a violência em diferentes segmentos, como mulheres, crianças, adolescentes e violência nas escolas.

Os resultados revelam um número preocupante de ocorrências praticadas por pessoas próximas, principalmente do ambiente familiar. Entre março e novembro de 2025, foram registradas 99 denúncias: 12 casos no CMPI e 87 casos no CREAS, apenas em duas instituições do município.

No CMPI, a maioria das vítimas (9) era do gênero feminino, com idades entre 65 e 89 anos; os agressores, todos familiares (filhos, irmãos, netos), tinham entre 25 e 69 anos. No CREAS, foram 44 ocorrências envolvendo mulheres e 43 envolvendo homens, com vítimas entre 63 e 89 anos. Os agressores também pertenciam ao núcleo familiar, incluindo filhos, netos, irmãos, ex-companheiros e outros parentes, com idades entre 25 e 79 anos.

Os tipos de violência identificados incluem: agressão física, abandono, exposição a risco à saúde, maus-tratos, insubsistência afetiva, violência psicológica, violação patrimonial, tortura psíquica, ameaça, coação e constrangimento. O estudo aponta que esses casos ocorrem em todas as classes sociais, evidenciando que, apesar dos avanços legislativos e das políticas públicas voltadas à proteção dos idosos, esse segmento continua vulnerável a abusos e negligência.

A pesquisa reforça a necessidade de ampliar ações preventivas e de conscientização. “As pessoas esquecem que, se são jovens hoje, serão idosas amanhã”, alerta a professora Hillevi, destacando a importância de fortalecer redes de apoio e mecanismos de denúncia.

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