15 de outubro de 2025

Projeto da Uniarp transforma bagaço de uva em produto

inovação

Produto tem potencial para melhorar a saúde metabólica

Um projeto desenvolvido pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp), com apoio da Fapesc, está transformando o bagaço de uva, antes considerado resíduo agroindustrial, em um produto com potencial para auxiliar no controle da síndrome metabólica e melhorar a saúde metabólica e hepática da população.

O projeto identificou altos teores de compostos fenólicos e elevada capacidade antioxidante nas farinhas de bagaço de uva e desenvolveu preparações alimentares funcionais como pão, ketchup e geleia que apresentaram excelente aceitação sensorial.             Na etapa clínica, 67 pacientes com síndrome metabólica foram avaliados, e os resultados indicaram que 85% apresentavam esteatose hepática subclínica e 70% disbiose intestinal antes da suplementação com farinha de bagaço de uva, evidenciando seu potencial como estratégia de intervenção nutricional preventiva.

O projeto é coordenado pela professora Dra. Claudriana Locatelli, atualmente coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Sociedade (PPGDS), com o apoio de uma equipe de pesquisadores composta pela Dra. Ariana Centa, Dra. Rosana Cláudio Silva Ogoshi, Dr. Gustavo Colombo Dal Pont, Dr. João Paulo Assolini, Dr. Emyr Hiago Bellaver, Me. Eduardo Sttocco da Silva, mestranda Julia Tristão de Souza, doutoranda Karine Luz, e pelos acadêmicos do curso de Biomedicina que realizam estágio em pesquisa e biologia molecular no Laboratório Multiusuário LabBioSaúde da Uniarp: Letycia Vitória Corrêa e Vinícius Granemann Recalcatte.

As análises bromatológicas das farinhas foram realizadas em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco pelo Dr. Gabriel Olivo Locatelli. As análises físico-químicas foram realizadas no Laboratório Translacional em Saúde da Uniarp, enquanto as análises bioquímicas e hematológicas dos participantes na parte clínica da pesquisa foram realizadas no Laboratório Escola de Análises Clínicas (LEAC) da Uniarp.

As análises moleculares foram realizadas no laboratório multiusuários LabBiosaúde pela equipe de professores que atuam fortemente nesta área de pesquisa na Instituição Uniarp, enquanto as análises inflamatórias contaram com a colaboração da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conduzidas nos laboratórios das professoras Dra. Fabiola Branco Filippin Monteiro e Dra. Tania Beatriz Creczynski-Pasa, fortalecendo as parcerias interinstitucionais e a qualidade técnica do estudo.

Novas linhas de investigação

O desenvolvimento deste projeto consolidou o Grupo de Pesquisa Translacional em Saúde da Uniarp, fortaleceu a estrutura do Laboratório Multiusuário de Bioeconomia Aplicada à Saúde (LabBioSaúde) e impulsionou novas linhas de investigação.

Os resultados e a experiência obtidos contribuíram diretamente para a aprovação de um novo Laboratório Multiusuário pela Fapesc, com investimento de R$ 3 milhões, também coordenado pela professora Dra. Claudriana Locatelli e pela mesma equipe de pesquisadores, ampliando as perspectivas de inovação científica e tecnológica na região.

Além dos avanços técnicos, o projeto promoveu a formação de estudantes de graduação e pós-graduação e possibilitou a internacionalização da pesquisa, com a doutoranda Karine Luz atualmente em Lisboa, Portugal, desenvolvendo análises complementares no modelo de doutorado sanduíche, ampliando o alcance e a relevância internacional da iniciativa.

Ciências, saúde e sustentabilidade caminhando juntas

A professora Dra. Claudriana Locatelli explica que o projeto mostra como ciência, saúde e sustentabilidade podem caminhar juntas, agregando valor a um resíduo regional e transformando uma proposta científica em resultados concretos que fortalecem a pesquisa aplicada, a formação de novos pesquisadores e o desenvolvimento sustentável da região. “Este projeto exemplifica o impacto positivo dos investimentos públicos em ciência e inovação, demonstrando como a integração entre universidades, agências de fomento e sociedade pode gerar soluções sustentáveis com relevância científica e social para Santa Catarina”, comenta.

Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 3, 9 e 12), o estudo reforça o compromisso da Uniarp e da Fapesc com a promoção da saúde, o desenvolvimento sustentável e a valorização da bioeconomia regional, destacando o impacto transformador da pesquisa aplicada no Alto Vale do Rio do Peixe.

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