Mulher que matou marido e escondeu no freezer volta para prisão

PUBLICIDADE

Claudia

Como ela confessou o assassinato e colaborou com as investigações, a Justiça havia concedido a Cláudia Hoeckler o direito de aguardar o julgamento em liberdade, mas benefício foi revogado

Assassina confessa do marido, a pedagoga Cláudia Tavares Hoeckler, de 42 anos, foi presa no último sábado, 31, após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que suspendeu o direito da ré de aguardar o julgamento em liberdade. Na noite de 14 de novembro de 2022, ela deu um comprimido de sonífero ao marido, Valdemir Hoeckler, de 43 anos. Quando ele adormeceu, Cláudia o asfixiou com uma sacola plástica de supermercado e escondeu o corpo no freezer da cozinha. O crime ocorreu na cidade de Lacerdópolis, em Santa Catarina.

Como havia confessado o assassinato e colaborado com as investigações, a Justiça de Santa Catarina havia concedido a Cláudia o direito de aguardar o julgamento em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica, em agosto de 2023. Ela trabalhava como vendedora de blocos de concreto durante o dia e, à noite, atuava como cozinheira em um restaurante.

No entanto, o Ministério Público recorreu ao STJ, que determinou o retorno da ré à prisão. Ela se entregou à Penitenciária Feminina de Chapecó. “Vou fazer o que a Justiça determinou”, disse a assassina em um vídeo postado nas redes sociais momentos antes de se apresentar.

Segundo a decisão da instância superior, a soltura de Cláudia foi indevida diante da gravidade do crime. A ré teria premeditado o homicídio, ocultado o cadáver e comunicado falsamente o desaparecimento do marido, o que dificultou as investigações.

Cláudia foi descoberta pela polícia por causa de uma contradição envolvendo o freezer da casa. Os investigadores procuravam por Valdemir, considerado desaparecido, conforme relato da esposa. Um vizinho que costumava fazer compras com o casal relatou que, dias antes, o freezer da residência estava vazio. No entanto, ao vistoriar o local, a polícia encontrou o eletrodoméstico repentinamente cheio de produtos congelados, sem que houvesse qualquer registro de compra recente.

Essa incoerência chamou a atenção dos investigadores. Ao removerem os alimentos congelados, encontraram o corpo de Valdemir dentro do freezer havia cinco dias. A polícia concluiu que Cláudia retirou os alimentos do congelador, colocou o corpo ali dentro e depois o cobriu com os produtos, tentando mascarar o crime.

À Justiça, Cláudia alegou que matou o marido após anos de agressões físicas, estupros e violência psicológica. Conforme seu depoimento, Valdemir a espancava, inclusive com a filha no colo, e a estuprava enquanto a enforcava. Disse ainda que viveu um ciclo de abusos desde a infância e que o marido foi seu último agressor.

Duas semanas antes do crime, ele a teria agredido com um tapa no rosto em público, durante uma confraternização, o que teria sido o estopim para a decisão de matá-lo. Cláudia afirmou que, após o homicídio, sentiu-se “mais livre do que nunca”.

Cláudia era defendida pelo advogado Marco Antônio Alencar Júnior, que havia conseguido sua liberdade em 2023. A causa estava orçada em R$ 250 mil. Quando ela teve de pagar a primeira parcela dos honorários, decidiu contratar o ex-estagiário do escritório de Marco Antônio, o advogado Matheus Molin, que ofereceu seus serviços no modelo “causa de sucesso”. Ou seja, Cláudia só pagará se for absolvida no Tribunal do Júri.

Fonte: G1

Mais recentes

PUBLICIDADE

Rolar para cima