A medida, segundo a entidade, representa uma ameaça direta à competitividade do setor de florestas
A Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) fez um apelo urgente ao poder público brasileiro diante da decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos de madeira provenientes do Brasil. A medida, segundo a entidade, representa uma ameaça direta à competitividade do setor de florestas plantadas em Santa Catarina e coloca em risco milhares de empregos e empresas no estado.


Com 50 anos de atuação, a ACR destaca que a madeira cultivada em florestas plantadas vai muito além de uma matéria-prima: ela é base de cadeias produtivas inteiras, gera mais de 103 mil empregos e tem papel fundamental na economia catarinense. Empresas do setor investiram, ao longo das décadas, em inovação, sustentabilidade e qualidade para atender ao mercado norte-americano, que hoje é um dos principais destinos da produção estadual.
Somente em 2024, os Estados Unidos foram os maiores compradores de diversos produtos de madeira de SC:
Portas de madeira: US$ 291 milhões exportados, sendo 87% para os EUA
Molduras de madeira: US$ 128 milhões (87%)
Móveis de madeira: US$ 229 milhões (47%)
Compensado de coníferas (pinus): US$ 239 milhões (35%)
Madeira serrada de coníferas (pinus): US$ 331 milhões (24%)
Painéis reconstituídos de madeira: US$ 137 milhões (14%)
A ACR alerta que, caso a nova tarifa seja mantida, pode haver retração ou paralisação de atividades em parte dos 11,4 mil estabelecimentos que compõem o setor no estado, com impactos severos não só para a indústria madeireira, mas para toda a economia catarinense.
“A medida ameaça não apenas os números, mas as famílias e comunidades inteiras que dependem dessa atividade. É fundamental que o diálogo entre Brasil e Estados Unidos prevaleça para que se encontrem soluções justas, que respeitem os acordos comerciais e valorizem as práticas produtivas responsáveis e sustentáveis desenvolvidas pelo setor”, reforça a nota da associação.