Fazendinha: Rifa da comunidade São Francisco em Caçador é destaque em SC
De torresmo a galinha d’angola, nova versão da rifa da fazendinha faz sucesso no Oeste
A comunidade da Linha São Francisco, no interior de Caçador, no Oeste catarinense, encontrou uma maneira diferente de conseguir arrecadar fundos para as melhorias que deseja fazer na capela do santo padroeiro. A iniciativa está fazendo sucesso, segundo a organização, e não é nem pelo formato da promoção — uma rifa — , mas pelos prêmios sorteados.
A “Rifa da Fazendinha de São Francisco de Sales”, como ficou conhecida, oferece uma premiação variada e bem generosa. O ganhador do primeiro prêmio levará para casa uma ovelha, um garrafão de vinho, um porco, torresmos e uma carriola de milho. Para o segundo, será entregue um porco, uma galinha-d’angola, um galo e um queijo. Já o 16º e último ganhador leva um galo garnisé.
Os prêmios foram doados por pessoas da comunidade e até de outras cidades, conforme explica uma das organizadoras da rifa e moradora local, Eloisa Tesser Tessari.
“Começamos ganhando uma ovelha e já nos sentimos incentivadas. Depois ganhamos mais um porco e outro e outro, depois ganhamos os patos, galinhas, marrecos, gansos, peru, garnisé, galo, choca de pintinhos… foi um incentivo muito grande, porque o pessoal gostou da ideia e aí fomos formando a nossa rifa”, conta.
A ação iniciou com o clube de mães e agricultoras da comunidade. Elas queriam encontrar uma maneira de arrecadar dinheiro para ajudar na reforma e outras melhorias na capela de São Francisco de Sales e, por isso, pensaram em uma rifa. No entanto, queriam que fosse algo que pudesse chamar a atenção e tornasse possível vender os dois mil números impressos nas cartelas.
“Estamos vendendo muito bem. O pessoal gostou da ideia porque é uma rifa divertida. Além de comprar, eles riem e dizem assim: “o que eu vou fazer aqui no apartamento com uma choca de pintinhos”, quem é da cidade. Outros, que têm chácara, já compraram mais números”, comenta a moradora.
A promoção de fato é um sucesso. Mais de 1300 números, ao custo de R$5,00 cada, já haviam sido vendidos até a última sexta-feira, 6. O sorteio está programado para 10 de novembro, num domingo, depois da missa. Pessoas de várias partes de Santa Catarina, de outros estados e até de fora do Brasil compraram números, o que levantou uma preocupação em relação à logística para a entrega dos prêmios.
“Estamos vendendo bem pelas redes sociais, com PIX, mas temos as cartelas também. Pessoas de várias outras cidades já compraram… teve uma amiga que vendeu até para Portugal. O problema vai ser a logística”, reflete Eloisa.
“Como vamos embarcar esses bichos?… Porque tem gente de São Paulo, Rio de Janeiro, Criciúma, Santa Cecília… são compradores de várias cidades e agora estamos preocupados em como vamos fazer para entregar a quem ganhar”, comenta.
A venda da rifa é feita por membros do grupo que cuida da sede da comunidade e do clube de mães, através das redes sociais e pessoalmente. Já os animais estão sendo acomodados nas propriedades de alguns moradores até o dia do sorteio.
Uma releitura da rifa da fazendinha do Sul de SC
Eloisa conta que a ideia da configuração da rifa surgiu em uma das reuniões do clube em que debatiam como seria a ação. Uma das participantes lembrou de ter visto algo parecido há algum tempo, mas não conseguia recordar exatamente onde e como foi realizada tal promoção.
A ação a que elas se referem foi a promovida por uma escola de Nova Veneza, no Sul do Estado, que em 2021 ficou famosa após a gravação da leitura dos prêmios em uma sessão da Câmara de Vereadores viralizar na internet. À época, a rifa foi um sucesso e arrecadou cerca de R$ 100 mil para a escola.