Pesquisa aponta que 8 de cada 10 adultos são favoráveis à proibição de celulares nas escolas
Santa Catarina tem uma lei de 2008 que proíbe o uso dos aparelhos nas salas de aula
Oito em cada 10 adultos acreditam que o uso de celulares nas escolas deve ser proibido, conforme uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva e pela QuestionPro. Entre os pais, 82% concordam com a proibição do aparelho nas unidades escolares, mesmo os entrevistados sem filhos. Um projeto nacional para proibir o uso de celulares em sala de aula está em elaboração pelo Ministério da Educação. Em Santa Catarina, no entanto, uma lei de 2008 já proíbe a prática.
A percepção sobre a necessidade desta proibição é compartilhada em todas as faixas etárias de adultos. No caso de pessoas com 61 anos ou mais, no entanto, o índice é ainda maior: 87% são a favor da proibição.
A pesquisa ainda revelou que 90% dos entrevistados concordam que as crianças atualmente não brincam mais na rua devido ao uso do celular ou para assistir televisão. Segundo o levantamento, 69% das pessoas acreditam que a idade ideal para ter o primeiro celular é a partir dos 13 anos, mas 86% concordam que os jovens desejam ter um celular antes dessa idade.
Efeitos negativos
Os entrevistados listaram também efeitos negativos que o uso de celular na infância pode trazer, entre eles, o vício em tecnologia, o aumento da ansiedade e da depressão, problemas de sono, desempenho escolar prejudicado, dificuldades nas relações sociais e exposição ao cyberbullying.
Ao todo, foram entrevistadas 1.491 pessoas em todo o país, entre 24 de junho a 8 de julho, abrangendo diversas regiões e perfis socioeconômicos. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Projeto de lei elaborado pelo Ministério da Educação
O Ministério da Educação (MEC) deve divulgar ainda em outubro um projeto de lei que irá proibir o uso de celulares em escolas públicas e privadas no Brasil. Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgado em julho, sugeriu que os celulares fossem banidos de ambientes escolares.
Esse tipo de restrição já é adotada em países como França, EUA, Finlândia, Itália, Espanha, Portugal, Holanda, Canadá, Suíça e México.
Nos últimos anos, o uso dos aparelhos em escolas tem se tornado cada vez mais alvo de restrições, seja por parte das próprias escolas ou de regulamentações municipais ou estaduais.
Em 28% das escolas urbanas e rurais do Brasil, o uso dos aparelhos já é proibido. É o que aponta a pesquisa TIC Educação 2023, lançada no início de agosto pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil. Em cada 10 escolas, seis possuem algum tipo de regra sobre o uso de celular.
A pesquisa ainda mostra que a proibição do celular cresceu entre as instituições que atendem somente alunos mais novos, passando de 32% em 2020 para 43% em 2023.
Levando em conta também escolas que possuem os anos finais do ensino fundamental, a proibição cresceu de 10% para 21% no período. Nas escolas com ensino médio, porém, somente 8% proibiram o acesso ao celular.
Como é em Santa Catarina
Santa Catarina tem uma lei de 2008 que proíbe o uso dos aparelhos “nas salas de aula das escolas públicas e privadas no Estado”, tanto por alunos quanto por funcionários.
De acordo com a Secretaria de Educação do Estado (SED), o monitoramento é definido por cada unidade escolar. No caso da rede estadual de ensino, os professores e equipe gestora são os responsáveis pela fiscalização.
Com informações: Agência Brasil/NSC