Brasil TecPar compra controle da ALT e GGNet por R$ 375,7 milhões
O anúncio da aquisição foi feito nesta quinta; empresa chega a 832 mil assinantes
A Brasil TecPar anunciou na última quinta-feira, 21, a compra do controle das provedoras regionais GGNet Telecom e ALT Telecom. Por 57,38% do capital acionário, o negócio foi fechado por R$ 375,7 milhões.
A operação também envolve as empresas Itelfibra e Telge, explicou a compradora. O conjunto de operações concentradas nos Estados de Santa Catarina e Paraná possui cerca de 133,2 mil acessos na banda larga fixa, sendo 118 mil pessoas físicas e outras 14,4 mil empresas.
O grupo de provedores (referido pela TecPar como ALT-GGNet) atua nos setores de redes de telecom, serviços de acesso à Internet, TI e locação de serviços de data center, tendo uma receita bruta anual na casa dos R$ 384 milhões.
“A aquisição adicionará à Brasil TecPar uma infraestrutura robusta, resiliente, escalável e de alta capacidade, adicionando mais de 65 mil km de rede de fibra óptica sob gestão (sendo aproximadamente 16 mil km de rede própria e 49 mil km de rede locada/swap), 611 sites operacionais e 48 unidades de relacionamento”, afirma a Brasil TecPar, em comunicado.
O negócio foi avaliado em R$ 750 milhões. No entanto, como a dívida líquida da ALT-GGNet Telecom alcança os R$ 95,2 milhões, o valor do equity do provedor foi estimado em R$ 654,8 milhões.
Aprovada pelo Conselho de Administração da Brasil TecPar, o M&A agora depende do aval do Cade para ser concluído.
Esta é mais uma aquisição na estratégia de crescimento inorgânico da Brasil TecPar, revelada a TELETIME em fevereiro. A última delas foi a Nova Telecom, em julho, por R$ 74,7 milhões, que levou a base da empresa para quase 700 mil assinantes. Agora, com a ALT-GGNet, a Brasil TecPar chega a 832 mil clientes na banda larga.
Do total da venda, quase dois terços serão pagos à vista, em dinheiro, e o restante, em ações da holding gaúcha.
A Brasil Tecpar adquiriu 57,4% da GGNET, assumindo uma dívida de aproximadamente R$ 100 milhões. Por contrato, a holding gaúcha tem ainda a opção de compra da fatia restante de 42,6% do capital da GGNET ao longo dos próximos anos, a um preço pré-definido.
Só em 2023, a Brasil Tecpar fez dez aquisições. As duas últimas realizadas no ano passado — a compra da Blink Telecom e da JustWeb, ambas em Minas Gerais — acrescentaram cerca de 190 mil assinantes à sua base.
Neste ano, pode ocorrer ainda a compra de uma terceira empresa, após as aquisições da Nova Telecom (julho) e da GGNET (agosto), diz presidente da Brasil Tecpar, Gustavo Pozzebon Stock.
Com um número menor de fusões e aquisições este ano, a holding concentrou seus esforços em outras prioridades: obter o registro como companhia aberta e captar recursos no mercado financeiro. Neste mês, a Brasil Tecpar concluiu a emissão de R$ 546 milhões em debêntures incentivadas de infraestrutura, com prazos de carência de três e cinco anos.
Em março, deu entrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) num pedido de registro como companhia aberta, deferido pelo regulador do mercado de capitais em 27 de maio. Stock ressalta, no entanto, que a Brasil Tecpar não tem intenção de realizar uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações. Em 2021, as operadoras regionais Brisanet, Desktop e Unifique abriram capital na B3, mas têm seus papéis negociados atualmente abaixo do preço de estreia na bolsa.
A estratégia de financiamento da companhia continuará centrada na contratação de financiamentos e em novas emissões de debêntures. Há, ainda, uma terceira opção para capitalizar a Brasil Tecpar: “Para estar entre as cinco maiores [operadoras de banda larga fixa do país] até 2027, vamos precisar seguir captando, emitindo debêntures; continuar com operações bilaterais [financiamento]. Fora isso, continuamos buscando um sócio”, lista o executivo.
Com informações: Teletime/Valor