Paróquia Santo Antônio de Rio das Antas celebra 80 anos
Celebração comemorativa aconteceu nesta quarta-feira, na paróquia
Uma noite de comemoração, agradecimentos e bênçãos. Assim foi esta quarta-feira, 17, para a comunidade da Paroquia Santo Antônio, em Rio das Antas, que celebrou 80 anos de história.
Com a presença de Dom Cleocir Bonetti, bispo diocesano de Caçador, vários padres e seminaristas, uma missa foi celebrada para marcar a data especial. O momento foi vivenciado pelos paroquianos que participaram também da colocação e bênção de uma cruz de cedro em frente à igreja.
Na sequência, a programação contou com uma confraternização no pavilhão da matriz, com a partilha dos pratos levados pelas famílias e o corte do bolo preparado pela Paróquia.
Histórico
A Paróquia Santo Antônio, em Rio das Antas, foi fundada em 17 de julho de 1944. Naquela época pertencia para a Diocese de Lages. Eis um breve artigo escrito pelo atual pároco Remígio Sita por ocasião dos 80 anos da Paróquia:
A Mão de Deus Abençoou
Paróquia Santo Antônio de Rio das Antas
Jubileu de Carvalho – 80 anos
Para descrever suscintamente a história da Paróquia Santo Antônio de Rio das Antas, é preciso fazer um breve percurso nos fatos que antecederam a criação da Paróquia e que permitem fazer um raio x da Igreja com suas alegrias e tristezas, vitórias e dificuldades que marcaram o cotidiano da comunidade.
Pelo povoado de Rio das Antas passou o Monge João Maria no final do século XIX, quando fortaleceu a fé e a devoção a São Sebastião e ao Senhor Bom Jesus. Nos primeiros anos de 1900, o Frei Rogério News, vindo de Porto União, incrementou a fé e a devoção que já existia, apresentando a figura de Santo Antônio e em 1914 foi construída uma pequena capela com as imagens de São Sebastião, Senhor Bom Jesus e Santo Antônio.
A Guerra do Contestado foi a mais dura provação que a comunidade experimentou logo no início de sua história, uma vez passada essa tempestade, a vida começou a ganhar normalidade e aos poucos foi sendo reorganizada, sendo agraciada pela mão de Deus que abençoava.
A década de 1930, marcou profundamente e de forma sofrida o assassinato de uma família ocorrido no interior da Igreja, quando um pai assassinou os sete filhos e a esposo, suicidando-se em seguida. Mais uma vez a mão de Deus ajudou a se reerguer!
Em 1944, a Vila de Rio das Antas foi agraciada com a elevação de paróquia, a capela que a esta altura era atendida pela Paróquia São Francisco de Assis, de Caçador. Entretanto, as provações continuaram testando a fé do povo. O primeiro pároco que recebeu a posse por meio de um delegado do então bispo diocesano de Lages, Dom Daniel Hostin, foi destituído da função menos de um ano depois, quando aderiu às ideias nacionalistas e foi ordenado bispo para a Igreja Católica Apostólica Brasileira.
De novo a mão de Deus abençoou, e voltando às origens a comunidade passou a realizar procissões para o local onde o Monge João Maria Tinha estado e à sombra da cruz que lá foi plantada, mais uma vez Deus ajudou a se reerguer.
Pouco tempo depois chegaram a Rio das Antas as Irmãs da Congregação dos Santos Anjos, as quais muito contribuíram para reanimar a vida comunitária, ajudando com a catequese, a liturgia, a saúde e a educação. Como sinal físico do progresso da Paróquia, em 1958 foi inaugurada a atual Igreja Matriz, diga-se de passagem, monumental para a época.
Antes de completar 20 anos, a Paróquia já tinha sido atendida por quatro párocos e por um breve espaço de tempo pelos padres Salvatorianos de Videira. O período mais longe a frente da Paróquia ficou por conta do padre Godofredo Schmitz que trabalhou entre os anos de 1962 a 1974. Na sequência passaram os missionários do Pontifício Instituto das Missões Exteriores, conhecidos como padres PIME, cuja missão foi continuada pelo padre Luiz Pierdoná.
No final dos anos 1980, contando com recursos da Igreja da Alemanha e muito esforço da comunidade, foi construído o atual salão paroquial com as salas de catequese sendo esse mais um sinal da mão de Deus abençoando.
Quando a Paróquia completou 50 anos de fundação a comunidade pôde provar uma renovação espiritual e pastoral cujos traços ainda são visíveis. Foi naquele período que se organizaram os setores para a Catequese e os Grupos de Reflexão tiveram neste período sua maior vitalidade. As catequeses familiares com as celebrações de entrega ao longo de todo o itinerário deram um novo rosto a formação dos adolescentes, jovens, familiares e catequistas. A realização das confissões para todos os catequizandos, pais e padrinhos durante a quaresma, a primeira Eucaristia no tempo da Páscoa, e a celebração da Crisma associada com Pentecostes e de acordo com a agenda do bispo ou de seu delegado, ajudaram a compreender a relação entre catequese e ano litúrgico.
A organização da Catequese do Batismo com os ministros leigos realizando a celebração do batismo por etapas nos Grupos de Reflexão é uma peça chave na vida pastoral da Paróquia até o presente momento.
A organização da Pastoral do Dízimo por meio de envelopes e com os ministros do dízimo em cada setor, mereceu de Dom Luiz Colussi, em sua visita pastoral, o comentário: “Bendito seja Deus pela maneira pedagógica como está organizada a Pastoral do Dízimo”.
Para celebrar o Jubileu de Ouro começou a ser celebrada a Trezena de Santo Antônio e a Festa de Nossa Senhora Aparecida, fazendo crescer a piedade popular e o sentido de pertença e de comunhão. O espírito ecumênico foi significativo com os irmãos da Igreja Luterana que durante alguns anos celebraram na Igreja Matriz uma das noites da Trezena de Santo Antônio.
A comunidade chega ao Jubileu de Carvalho bendizendo a Deus pelos párocos, cada um com sua particularidade, aqui deixaram suas marcas e seu sinal de comunhão e zelo pastoral. É dever bendizer a Deus pela presença das Irmãs dos Santos Anjos ao longo de 72 anos dessa história e agradecer a infinita lista de leigos e leigas que foram sempre incansáveis nesta caminhada, para quem cabe o convite feito pelo Anjo ao profeta Elias: “Levante-se e coma, ainda tens um longo caminho a percorrer”. Tanto o profeta Elias, como todos entendem que a vida tem seus dramas e é preciso enfrentá-los com a força que vem de Deus!
Pe. Remígio Sita
Párocos que atuaram na Paróquia: Antídio Vargas (1944); Henrique Baum (1945); Cristóvão Wolfgang (1947); Hermann (1961); Bernardo Hugo (1962); Godofredo Schmitz (1962); Ernesto Rodrigues (1976); Inocente Bertaglio (1976); Francisco Sagone (1983); Luiz Pierdoná (1984); Élcio Alberton (1994); Elizeu Ozinski (1999); Fábio Costa Farias (2009); Ederson Iarochevski (2013); José de Freitas (2016); Roque Ademir Favarin (2019) e Remígio Sita (2024).
Comunidades: Atualmente a Paróquia é formada pelas comunidades de: Novo Horizonte, Santa Terezinha, Zoller, Nossa Senhora Salette, Linha Santo Antônio, Santa Bárbara, Rio Bonito, São Sebastião, Linha Glória, Nossa Senhora Sagrado Coração, Linha Wegner, Santa Catarina, Linha Floresta, Santa Rita de Cássia, Pedra Lisa e São Domingos.